Estado de Sitio!
  Por: Mattusstyle em 17.05.2020 às 11:10

Um mês qualquer de 1977. Nunca pensei regressar à santa terrinha. Mas regressei.
A situação começou a tornar-se insuportável. A insegurança e a falta de bens essenciais, principalmente alimentos, ao ponto de se achar que uma refeição por dia já era um privilégio. Tudo isto me martelava o cérebro para regressar.
Psicologicamente já não aguentava a pressão. Vim de férias e não voltei.
Apesar das desilusões, senti alguma emoção ao pisar o chão deste Portugal dos pequeninos. Vim de uma terra onde as mentalidades eram grandes, abertas e avançadas para um Portugal de mentalidades pequeninas, tacanhas e mesquinhas!
Este país é demasiado pequeno para tanta gente. Não é por acaso que existe uma imensa diáspora. Lutou-se e luta-se de uma forma agressiva por cada tostão, por cada centímetro de terra, por cada emprego, por cada oportunidade de promoção, etc… etc…!
A pequenez do país e dos seus governantes, influenciam as mentes do seu povo, que na maioria são atrofiadas.
É preciso reciclar as cabeças dos políticos. Reformar as instituições do estado, principalmente o parlamento. Os deputados são mais que muitos e a maioria deles uns autênticos parasitas. Mais de metade nunca tiveram qualquer intervenção e grande parte deles vão para o Parlamento dormir e entreterem-se com joguinhos de computador. E pagam-lhe bem para não fazerem nada!
Grande parte da população portuguesa já passava mal antes da pandemia. Agora estão muito pior e em maior número! Os políticos mas principalmente os governantes já andam a combinar a distribuição entre eles de grande parte dos dinheiros que vêm de EU para ajuda da economia. A Bazuca. A quem de direito pouco vai chegar. Não há decência!
O Senhor Centeno é um dos grandes culpados do que está a acontecer. Quando ministro das finanças, só se preocupou em agradar a Bruxelas. Andou todo o tempo da legislatura ocupado a levar a dívida a zeros. Esqueceu-se dos investimentos e deixou tudo ir até aos limites. E agora? Agora é o SNS na rotura. Não estavam preparados para a catástrofe pandémica que aconteceu.
O nosso PM andou e anda à deriva e com ele todo o governo. Não toma medidas preventivas mas sim reativas em cima do joelho, conforme o que vai acontecendo. É um ditador disfarçado. Mal ele sabia que quando usurpou o poder ao Passos Coelho, lhe iria cair uma pandemia em cima. Estamos entregues à bicharada.
Os deputados estão nos partidos para mais tarde ou mais cedo conseguirem tachos. Muitos concorrem às eleições por ciclos do interior de regiões que não conhecem. Muitos deles nunca seriam eleitos em listas dos grandes centros. Depois o que acontece? Passam a vida na capital e cobram despesas de deslocações sem nunca se deslocarem e nada fazerem. Também não precisam de fazer. Estão na AR para fazer número.
É por estas e por outras, que sem quererem dão razão ao Chega. Falam tanto contra o populismo e fazem tudo para permitir o seu avanço.
É tudo minha gente. Coragem e resiliência.


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  Crónica Esquecida!
  Por: Mattusstyle em 19.05.2020 às 18:16

Ando baralhado com esta maldita pandemia. Fiz um esboço e comecei esta crónica, pus de lado, esqueci-me onde a deixei, reapareceu, voltei a encostá-la, perdia novamente e reapareceu para finalmente a terminar.
Há coisas! Não dá para explicar!
Esta maldita pandemia está para durar e parece que não tem vontade nenhuma de nos largar tão cedo. Habituaram-se a viver com ela e o medo atenuou-se. O desconfinamento foi muito mal feito, para não dizer pessimamente feito, com muitas lacunas e demasiados casos.
Os exemplos vindos de cima foram os piores. Os governantes deram maus exemplos. O zé povo seguiu esses exemplos com os exageros que eram de esperar. Os nossos governantes planearam isto e outras coisas mais em cima do joelho, e os resultados são péssimos e não lhes acontece nada. Somos um país de brandos costumes e isso tem custado caro.
O tempo está lindo, mas lindo não quer dizer bom, porque está um calor infernal. O único vento refrescante que vou aproveitando é de uma ventoinha.
Os receios e os medos continuam a tomar conta das nossas vidas, desconfiando de tudo e de todos. Será que este ou aquele estão infetados? Melhor é passar ao largo. É este o pensamento constante, a atormentar a nossa existência.
O tempo passa demasiado devagar, mas passa e não espera por ninguém. Damos conta que passou sem vivermos a vida. Vida atrofiada de dias arrastados um após outro. O tédio inexoravelmente vai tomando conta da nassa mente.
De comando em riste, corro do princípio ao fim todos os programas da televisão, que já de si são muitos, mas na maior parte dos casos nada é interessante.
O pensamento volatiza-se e voa no éter sem peso nem medida. Num ápice sou transportado do passado ao presente e vice-versa até um futuro próximo.
Por vezes acontecem durante as correrias frenéticas com o comando à procura de um programa que me preencha, perco algum tempo que no fundo acabo por ganhar, vendo um pouco do BB, Big Brother. Penso um pouco e digo-me: Porque não fazer um exercício de filosofia, psicologia e sociologia! Estudar os comportamentos daquela gente. Quanto mais não seja porque gosto de tudo que diz respeito à mente. Porque não?
Havia uma pessoa naquela casa que por acaso já saiu, que era um caso sério de estudo. Essa pessoa chama-se Teresa. Usou a bandeira da frontalidade e em nome dessa frontalidade, disse mal, rebaixou e fez questão de fazer os companheiros sentirem-se mal. Nunca vi ela usar essa frontalidade para elogiar. Pareceu-me uma pessoa mal resolvida com a vida.
Cheguei a uma conclusão: Se ela é assim cá fora como foi dentro da casa, é uma pessoa má, rancorosa, invejosa e maldosa. Diz-se frontal mas quando a conversa não lhe agrada, afasta-se não dando hipótese do contraditório. Atira a pedra e esconde a mão. Isso é cobardia. Se ela não é assim cá fora e aquilo foi jogo, então foi jogo sujo, baixo e rasteiro. Não vou falar de todos, mas apreciar aqueles comportamentos, é um bom treino sociológico.
Abraços a todos e até à próxima crónica.


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  Liberdade Condicional - Desconfinamento Parcial!
  Por: Mattusstyle em 27.05.2020 às 15:00

O desconfinamento lá vai acontecendo gradualmente lento, pois todos os cuidados são poucos. É preciso desconfinar com cautelas deste inimigo invisível, que nunca sabemos quando e por onde vai atacar.
Finais de Maio de 2020. Tempo quente, aliás demasiado quente para a época! Um calor abafado e quase sufocante. Aquele calor que penetra corpo adentro que até custa a respirar. Até parece que estamos em África. Pronunciador de chuvas e tempestades. E foi o que aconteceu. Chuva forte, embora pouco tempo, com bátegas grossas, que bastavam meia dúzia para encharcar o corpo de qualquer um! Granizo em alguns locais com pedras do tamanho de bolas de golfe, ao ponto de temerem que partisse os vidros dos carros!
Seguiram-se uns dias frescos intercalados com chuva e sol tímido. Entretanto entrou Junho com dias de tempo indefinido e outros assim-assim.
Tenho saudades das gaivotas. Não as tenho visto por cá. Gostava de as ver a conviver saudavelmente com os gatos e as pombas. Também não tenho visto bandos de pombas, apenas uma ou outra isoladamente. Talvez as tenham proibido, pois apareciam em grandes bandos e muito juntas sem respeitarem o distanciamento social, Só pode! Quanto a mim, estão em isolamento nos pombais.
As gaivotas devem ter sido aconselhadas a não virem por causa dos contágios. Tem aparecido um figurão de um gato amarelo com uma linda coleira! Ou o dono desfez-se dele ou ele é que fugiu ao dono. Ou então veio às gatas! É o mais certo.
Há, graças a Deus, muitos jardins por estas bandas. Estão todos floridos e isso é bom para alegrar o ambiente já de si taciturno devido à liberdade limitada por causa da covid. É a vida!
O mês foi avançando sem nada de especial a anotar. A não ser o futebol que voltou, e com ele os péssimos e intragáveis comentadores televisivos. Não aprenderam nada com esta pandemia!
Por falar em pandemia, esta resolveu aliviar os parolos e pobres do norte, para atacar os intelectuais e ricos de Lisboa e Vale do Tejo. Afinal não sei que são os burrinhos e quem são os espertos! Sou do norte e não me sinto nadinha inferior aos palermazinhos de Lisboa. Refiro-me aqueles que deram as ditas bocas foleiras.
Era de esperar o que está a acontecer. Depois dos maus exemplos dados pelos políticos em geral e pelos governantes em particular. Todos eles deitados ao rio com uma pedra presa ao pescoço era pouco. Deram um péssimo exemplo ao festejarem o 25 de Abril, o 1º de Maio, o concerto do Bruno Nogueira, o dia de camões e não sei quantos mais. Se eles podem os outros também podem. E foi o que se viu em festas, na praia, no futebol à volta dos estádios, nos autocarros. Há mais, só que não me lembro. Porque os políticos ficaram sem moral para exigir do cidadão comum o cumprimento das regras sanitárias. E agora somos dos piores da Europa! O vírus ainda anda aí!
A frieza dos números da covid que acontecem em Lisboa e arredores são como uma manhã de inverno carregada de geada. Até já um médico morreu com a corona atravessada na garganta! Meu Deus!...
Como ver-me livre destes palermas todos? Podem pensar que pus a hipótese de os assassinar politicamente e sair impune, mas não sei. A verdade é que penso nisso e não devia. Raios partam estes gajos.
Como as televisões só têm programas de m*rda, deito-me cedo. Em contrapartida também me levanto cedo. Ao raiar do dia já estou acordado. Hoje não foi exceção. Como habitualmente, dirigi-me à casa de banho para fazer a higiene diária. Fiquei ligeiramente incomodado com as gorduras aqui e acolá que o espelho mostrou na minha carcaça. Com a minha idade já não dá para passar fome. Que se lixe!
São quinze horas e a temperatura está agradável e um vento suave faz abanar as cortinas do quarto. Sinto a falta do sol à beira mar e da vitamina D que me proporcionava.
Estou sentado a escrever no computador. Uma pausa de vez em quando para olhar pela janela e ver o verde das árvores e os prédios da avenida. Ouço vozes lá fora mas não percebo nada. São vozes de gente burra que não chegam ao céu!
O Fernando Miguel está nas suas sete quintas, pois já abriram os ginásios. Agora pode descarregar todas as suas energias.
A professora Manuela continua a luta titânica com as tecnologias. Já posso dizer que é uma batalha ganha. Ando sempre por perto para lhe dar ajuda quando precisa. Se eu falho há o FM que vai sendo um expert na informática. Só que a disponibilidade dele para ensinar é muito pouco ou nenhuma. Quando se repete a pergunta, lá vem a piada: “Outra vez arroz!”
O tempo “pássara” e a covid não vai embora. Desconfio que vai passar as férias em Portugal. Não facilitem porque ela é traiçoeira. Só está à espera de facilidades. Não convém dar-lhe oportunidades, é abusadora!


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  Para quem viveu em Luanda!
  Por: Mattusstyle em 21.10.2020 às 9:45

P'ra quem viveu em luanda...

"Nasci branco de segunda
Calcinhas ou caluanda
Nasci com os pés no mar
... em São Paulo de Loanda

Brinquei de pé descalço
Em poças de águas castanhas
Tive lagartas da caça
Não escapei às matacanhas

Comi manga sape-sape
Fruta-pinha tamarindo
Mamão a gente roubava
No quintal do velho Zindo

Pirolito que pega nos dentes
Baleizão, paracuca
E carrinhos de rolamentos
Numa corrida maluca

Tinha o Gelo, tinha a Biker
Miramar e Colonial
O Ferrovia, o Marítimo
Chás dançantes no Tropical

O N'Gola era só ritmo
O Liceu uma lenda
Kimuezo e Teta Lando
E os Ases do Prenda

Havia velhas que fumavam
E velhos com ar de sábio
Enquanto novas músicas
Se insinuavam na rádio

"E a cidade é linda
É de bem-querer
A minha cidade é linda
Hei-de amá-la até morrer"

Quem não estudou no Salvador?
Quem não se lembra do Videira?
E das garinas de bata branca
Nossas colegas de carteira?

Depois havia o Kinaxixe
Futebol era nos Coqueiros
Havia praias, um mar quente
Savanas imensas, imbondeiros

E havia o som do vento
O cheiro da terra molhada
As chuvas arrasadoras
O fogo das queimadas

E havia todos os loucos
Do progresso e da guerra
A Joana Maluca, o Gasparito
A desgraça daquela terra

Nasci branco de segunda
Calcinha ou caluanda
Nasci com os pés no mar
Em São Paulo de Loanda"
(Nicolau Santos, um Kaluanda)


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  Crónica de um Prisioneiro - Parte V!
  Por: Mattusstyle em 05.05.2020 às 21:38

Um dia destes primeiros dias de Maio de 2020.
Em Maio canta o gaio, diz o povo e digo eu. Canta o gaio mas nós não. O cantar da maioria dos humanos ficou estrangulada nas gargantas com coronavírus atravessados nas goelas. Apesar de tudo, é preciso cantar, minha gente!
O dia surgiu lindo e calmo. O sol resolveu aparecer e fez-nos companhia. Um vento suave mas frio soprava de norte provocando pequenos arrepios. A pele de galinha surgiu nos meus braços despidos de roupas com mangas. Esta pele de galinha no corpo é típica das mudanças de temperatura.
Distrai-me e fiquei sem medicamentos para as minhas poucas maleitas. Solicitei e recebi uma receita por SMS. De telemóvel em riste, apresentei-me na farmácia e a receita foi aviada.
Há muito que não arriscava sair de casa. Esta situação foi uma boa desculpa. Coloquei a máscara e plantei-me na rua. Cruzei-me com gente que não fez o mesmo.
Facilitismos!…
Foi preciso perder a liberdade para lhe dar valor.
E a vida é uma corrida. Vejo gente a correr. Muitos para recuperar o tempo perdido.
Com tudo isto que nos está a acontecer, já consigo dar valor a pequenos nadas. Muitos fulaninhos que andavam de peito inchado ficaram reduzidos à sua insignificância perante esta crise vírica. Fenómenos como este fazem-nos sentir demasiado pequeninos. É preciso tirar elações boas ou más de tudo isto.
As gaivotas continuam a visitar periodicamente os gatos e as pombas nos telhados das garagens. É lindo e ternurento ver estes amigos improváveis.
A vida lá fora segue lentamente o seu caminho. E eu cá dentro sigo o meu, da cozinha para a sala e desta para os quartos num vai-e-vem ora lento ora apressado. Todo este tempo recolhido em casa e em mim mesmo deu para refletir. Por vezes dou comigo a pensar que tudo isto não foi por acaso. Será que foi para nos penitenciarmos de coisas menos boas que tenhamos praticado? Reflexões sobre o nosso interior? Talvez…
Até consegui pensar na podridão que grassa nos nossos políticos. Nem sequer se deram ao trabalho de pensar em regras para o povo crente poder meditar e recuperar forças em Fátima! Neste local os milagres da alma acontecem e meche com o interior do cada um, seja crente ou não. Quanto mais não seja, ver aquela força do acreditar, chamada fé.
Privaram as pessoas desse conforto espiritual. E pasme-se, autorizaram a festa do Avante, onde se vai juntar muita gente e autorizaram o 1º de Maio, com regras ou falta delas! Recompensa pelos favores políticos no Parlamento. Esta gentinha de esquerda não precisa de se preocupar com a morte lenta das suas edeologias porque elas já há muito morreram!
São estas incoerências que empurram os eleitores para as extremas. Estes governantes têm feito tanta m*rda que já não há esgotos que cheguem. Isto é abrir caminho ao populismo!
Muitas vezes sinto-me abstrato e até obtuso e o pensamento voa e vagueia por sobre a minha cabeça e bate no teto, perde o equilíbrio e cai quadradamente no chão da sala. Aí acordo para a realidade.
Este inimigo invisível tomou conta das nossas vidas, que desconfio jamais serão as mesmas! Só que há algo que me vem desmentir. Por exemplo, um painel de comentadores desportivos que fez a sua reaparição numa estação televisiva. Pelo que vi, as coisas continuam tal e qual como antes. A mesma diarreia verbal, o falar ao mesmo tempo e o mesmo destilar de ódio! A vida não lhes ensinou nada? Haja Deus para essa gente.
Fico de alma pasmada ao ver os exercícios do F. Miguel! Até tenho dores imaginárias nos músculos. A força de vontade dele é proporcionalmente inversa á minha.
A professara Manuela continua as suas lutas diárias com o Zoom e outras tecnologias informáticas. Tenho de reconhecer que fez imensos progressos. O que tem de ser acontece. Quando não se pode fugir do inimigo enfrenta-se.
A treta já vai longa. Desconfinem com cuidado. Viva a vida com saúde.
Abraço solidário para todos vocês.


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  Crónica de um Prisioneiro - Parte IV!
  Por: Mattusstyle em 02.05.2020 às 11:38

Ano pneumónico, epidémico, pandémico e sei lá mais o quê de 2020.
Antes desta desgraça vírica e devido à agitação constante do dia-a-dia, não tínhamos tempo para reparar nas pequenas coisas que a aconteciam à nossa volta.
Agora, talvez devido ao momento que atravessamos, e que o tempo sobra e corre demasiado devagar, não consigo evitar de olhar para os pormenores. Nunca na minha vida tinha reparado nos pequenos acontecimentos, nas vidas que acontecem perto de nós com outros seres vivos, sejam eles animais ou plantas. As janelas nunca foram como agora, observatórios privilegiados. Até as sombras que vagueiam quando a lua faz a sua aparição no céu e o dia vai dando lugar noite, nos despertam o olhar!
É Sábado, 2 de Maio, the dey after do trabalhador. O tempo rompeu lindo pela manhã. Melhor que ontem. Teimaram em festejar o que não deviam, devido ao momento difícil que atravessamos, e por isso o tempo não colaborou. Não seria por um dia no ano que perderiam influência se não fizessem a sua propaganda ideológica. Já a perderam há muito tempo!
Hoje o sol apareceu tímido mas foi aumentando de intensidade ao longo do dia, embora se mantivesse numa forma moderada. Não parece que estamos na Primavera mas numa carcomida coronatiavera.
Uma ou outra alma penada sobe e desce no passeio da avenida. Já circulam mais carros que nos últimos dias, se bem que de maneira algo dispersa.
Com o confinamento fazemos quase todos os dias a mesma coisa. Estamos a tornar-nos autómatos e em muitos casos a ficar paranoicos. É uma triste realidade.
Por vezes dou comigo a pensar na demasiada mediocridade dos nossos governantes, dos políticos em geral, do parlamento e dos nossos sindicalistas. Que pobreza franciscana!
No telhado das garagens, as pombas circulam à volta dos gatos que dormem, aproveitando a pachorrice que o sol provoca, indiferentes ao que as aves da cidade fazem junto a si.
Nesta altura do ano as árvores estão todas verdes. Uma leve brisa faz abanar as suas folhas.
Vejo gente sem proteção alguma a despejar lixo nos contentores. Dos adultos que caminhavam nenhum usava proteção. Apenas uma criança tinha a máscara colocada.
Hoje é o descanso do guerreiro da minha gente cá de casa.
O Domingo seguinte, 3 de Maio, nasceu lindo, talvez por ser dia das mães. Um sol agradável e a prometer calor, apareceu pela manhã. O corpo começou a sentir um ligeiro calor apetitoso a obrigar a retirar alguns agasalhos. Calor mesmo!
Este calorzinho levou a que algumas flores das árvores vizinhas, libertassem uma espécie de farrapinhos de algodão parecidos com sumaúma, que balançam no ar embalados por um vento suave vindo do noroeste. Este pó em forma de algodão, penetra casas adentro e entra na respiração, provocando em muitos casos alergias e incómodos nas vias respiratórias. Algumas destas árvores foram abatidas, mas outras mantem-se. A autarquia acha que são típicas da flora local e teima por isso em mantê-las. Paciência! Fecham-se portas e janelas.
Quanto ao levantamento parcial do confinamento, tenham cuidado porque vão aparecer mais contágios.
Fiquem bem, fiquem em casa. Abraço a todos.


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  Crónica - Ensino à distânccis uma treta!...
  Por: Mattusstyle em 27.04.2020 às 20:36

Ano pandémico de 2020.
Uma semana qualquer desta quarentena de Abril.
Contra tudo o que devia ser razoável, o 25 de Abril festejou-se na Assembleia da República, apesar das petições públicas a favor e contra, terem caído a favor do contra!
Os políticos afastam-se cada vez mais dos seus eleitores, daqueles a quem deviam servir. Há um fosso cada vez maior entre os políticos e o povo. Ouçam o que eles dizem, mas não olhem para o que eles fazem.
Pedem confinamento por causa da pandemia e não dão o exemplo! Como se não bastasse, apareceram com pouca distância entre si e sem máscaras! Que puto de exemplo!
Mais uma treta dos governantes no que toca ao ensino à distância. Eles sabem que na maioria dos casos não funciona, pelo menos em relação aos mais pequeninos. Estas medidas servem apenas para aliviar as consciências desses governantes. Indicam ferramentas, fornecem ideias e alguma tecnologia. A partir daqui o problema é deles – pensam.
“Alguém perguntou ao preguiçoso dono do burro”:
- Deste de comer ao animal?
Sim, dei-lhe um braçado de canhotas. Se ele não comer o problema é dele. A minha consciência está tranquila. Eu dei-lhe de comer…
É assim que fazem os nossos governantes!
Com estes nossos políticos é a mesma coisa! Sabem que a maior parte da população de professores está envelhecida. Portanto não vão comer as canhotas, quer dizer, as tecnologias.
Para não pagarem reformas, mantém os professores até estes estarem completamente caquécticos ou de bengala e cadeira de rodas!
Não me apetece nada, e mesmo assim farto-me de falar neles (políticos)! Que m*rda!
Não sei se por acaso ou não, o tempo naquele dia (25 de Abril) apareceu triste e uma chuva miudinha marcou presença, como se fossem lágrimas caídas do céu pelas pessoas que morrem todos os dias vítimas da covid e de fome. E os senhores políticos a festejarem na AR como se o momento grave que atravessamos fosse para festejos! Não têm respeito pelos que morrem. Para eles são números e não pessoas!
O que para muitos foi comemorar a liberdade, para outros foi o início de todos os oportunismos.
Quanto ao ensino à distância, foi uma oportunidade de trabalhinho dado aos “boys” para não dizer bois, amiguinhos dos ministros, secretários, chefes diversos, e por aí adiante.
Há tantos e tantos, e é uma forma de lhes dar que fazer, para não ganharem as centenas e milhares de euros sem fazer corno!
Andam a sufocar os professores com todo o tipo de tecnologias e a maioria está praticamente com os dois pés, melhor, com o corpo todo na reforma. Quando começaram a trabalhar nesta profissão, o mundo de então não era nem de perto nem de longe como o de hoje! Não têm a mesma predisposição para as tecnologias como a juventude de agora.
Estão a “obrigar” os pais a serem professores. Se alguns já não tinham tempo nem pachorra para ajudar os filhos, agora muito menos, pois também esses estão afogados com computadores, tabletes, telemóveis, etc, que lhes caiem em cima todos os dias. Não estão preparados para poderem ajudar os seus rebentos.
Esta pandemia pôs tudo em pantanas! Help me, help me I am so à rasquinha!
A vida lá fora no 25 de Abril está demasiado sossegada para o meu gosto. Até os animais que habitualmente vejo da janela, estão recolhidos. Devem estar a festejar a revolução de Abril em privado. Como dizem que o cantar dos passarinhos é muito lindo, deviam cantar a Grândola vila morena nas árvores e nos fios elétricos.
Vai nos faltando a paciência, calma e coragem para podermos desejar aos outros. Mas como diz o outro, enquanto acordarmos vivos…
A professora Manuela, my wife, põe todo o mundo que tem ao dispor a trabalhar para ela. Antes desta trapalhada pandémica, trabalhava determinadas horas por dia, seis dias por semana. Agora trabalha todos os dias da semana incluindo sábados e domingos das oito da manhã às tantas da noite, onze ou meia-noite. Trava luta diária com o computador. Parece-me que nem sempre o computador vence, pois seria o mais natural. Ora em videoconferência com colegas, pais e alunos, a enviar e a receber trabalhos dos alunos via correio eletrónico, a atender e fazer chamadas constantemente e teleformação. Ora nos pequenos intervalos que tem, e quando pode, a estudar as ferramentas informáticas, que de um momento para o outro resolveram atropela-la. A vida por vezes é f*dida!
O FM reserva uma hora por dia para fazer a sua ginástica. Usa tudo que pode: Bicicleta fixa, pesos, elásticos, cadeiras para flexões forçadas, uma mochila com cinco garrafas de água. A minha alma fica dorida só de ver. A força de vontade dele é espantosa!
Malta não desanimem. Temos de fintar o maldito vírus e marcar golos a nosso favor.
Um abraço a todos e muita coragem.


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  Justiça Terrena ou Divina?
  Por: Mattusstyle em 29.04.2020 às 19:33

A justiça é um atributo de Deus e dos homens. A sua característica e qualidade é ser justa e equilibrada. Dar a cada um aquilo a que tem direito. Ser correto e justo. Ter respeito pelo direito de terceiros.
O mundo reclama por justiça. Por esta ou aquela razão, esta não é igual para todos. Perante ela uns são mais iguais que outros. Fazer justiça não é uma vingança. Dizer que Deus castiga também é errado. Faz justiça.
Quanto a acreditar em Deus ou numa religião, não sou o melhor exemplo. Mas não consigo ficar indiferente perante a fé. Ter fé é acreditar. E acreditar é meio caminho para o milagre. Se bem que, na minha opinião, os milagres e a sorte dão muito trabalho.
Sempre tive alguma curiosidade em saber o porquê das religiões. Saber o porquê das pessoas se refugiarem na religião, em Deus ou nos santos da sua preferência perante situações extremas. Pelo menos para acalmar os espíritos resulta.
Não quero que pensem que estas minhas palavras possam parecer ironias. São um pouco de tudo: Misticismo, religião, pensamento, superstição, realismo e sei lá mais quê. Cada um que lhe dê a sua interpretação e que ache o que lhe parecer.
Se cada um de nós estiver atento, dá-se conta de coisas que estão a acontecer e que possivelmente não serão por acaso.
Não sou especialista em ambiente. Nem pouco nem muito. Mas dá para ver que o planeta é todos os dias agredido com os mais diversos tipos de poluição.
Há cidades por esse mundo fora, que estão cobertas por camadas densas de poeira e fumo, retirando qualidade respiratória aos seus habitantes e não permite que sejam vistas à distância.
Vivemos num mundo global e tudo que acontece perto ou longe de nós, afeta ou beneficia a todos. As notícias penetram portas adentro sem pedir licença. Assim, chegou até nós, a notícia da regeneração da vida animal e vegetal na Austrália, após o último incêndio naquele país que destruiu milhares de quilómetros de vegetação e matou centenas talvez milhares de animais. A natureza indiferente às catástrofes faz renascer das cinzas a vida. Assim como já é possível ver à distância os Himalaias. Há muitos anos que isto não era possível devido à poluição! E porquê? Porque as pessoas estando em isolamento poluem menos. A pandemia é má mas arrastou coisas boas com ela.
Esta bebedeira mundial chamada pandemia, terá uma ressaca terrível e com consequências ainda imprevisíveis para a população deste planeta.
Sem saber bem porquê, dei comigo a pensar e a meditar naquelas consequências e também em coisas boas que por causa dela estão a acontecer.
Alguém superior rege a humanidade. Só pode! Repara muitos dos erros dos homens e faz justiça pelas ofensas cometidas ao ambiente. Quem será? Poderá ser esse alguém a quem chamamos Deus?
Devido ao confinamento, Portugal está muito menos poluído. Há menos pessoas nas ruas, menos carros a circular, menos fábricas a lançarem o CO2 para a atmosfera. Nota-se que o ambiente está cada vez mais verde e respirável. Subsiste infelizmente a covid e o medo.
Deus perdoa, o homem pode perdoar ou não e a Natureza nunca perdoa. A justiça dos homens pode falhar. A justiça divina pode demorar mas não falha.
Porque é que o vírus só atacou o ser humano? É o elo mais fraco? Todos os outros tipos de vida seguem o seu percurso, indiferentes ao que está a acontecer à humanidade.
Morreu muita gente. A normalidade vai demorar a ser restaurada. A economia vai sofrer um abalo a vários níveis. Vai ser preciso tempo para tudo renascer.
A busca incessante da investigação na ânsia de construir um mundo melhor, tem custos muito elevados para a humanidade.
A natureza segue o seu curso e faz o seu caminho sem precisar da orientação humana.
Devido aos crimes cometidos contra a natureza, mais tarde ou mais cedo a justiça divina tinha de atuar. Nada é de borla. Tudo tem o seu preço!
Meditem nisto e não desanimem, porque melhores dias virão. Vamos vencer. Os portugueses sempre tiveram um jeito especial para dar a volta às adversidades. A crença do nosso povo é grande e N. S. Fátima vai fazer mais um milagre. Acreditem.


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  Diário de Bordo - Cela nº 22-C!
  Por: Mattusstyle em 12.04.2020 às 13:33

2020-Abril.12.
Hoje é Domingo. Não é um dia qualquer, é Domingo de Páscoa!
Há mais ou menos 2.000 anos, Cristo ressurgiu da morte. Ressuscitou!
Nós também vamos sobreviver a esta crise pandémica, e ressurgir mais fortes, porque a vida tem de levar a melhor sobre a morte.
Acordei cedo. O antibiótico para a maldita dor de dentes tem hora para ser tomado.
Abri a janela de par-em-par e absorvi algum ar do exterior. Também consegui desfrutar um pouco de liberdade. Felizmente tenho imaginação para me colocar em muitos locais, pelo menos naqueles que a minha vista consegue alcançar.
Contra o que era habitual, consigo ouvir a música de rumorejar da fonte ao lado do prédio onde moro. A água desta fonte está mais cristalina e transparente. Dá para tudo menos para beber. Não é potável. Só de ver e ouvir os seus murmúrios ao encontrar-se com outra no pequeno ancoradouro, dá para lavar a alma!
Vejo o sol a espreitar timidamente por entre os prédios vizinhos, mas a prometer aparecer como veio a acontecer. Não foi com muita intensidade, mas o suficiente para alegrar o dia que é, Páscoa. De vez-em-quando usa as nuvens como máscara escondendo-se atrás delas. Estas não são muito densas e deixam aqui e acolá ver o azul do céu.
A quietude continua a marcar presença. Esta que em tempos de correrias no dia-a-dia de cada um nos fazia falta, agora parece-me mórbida! O que é estranho e desolador nesta quietude deste Domingo de Páscoa, é a falta das campainhas que se faziam ouvir aquando da passagem do compasso para as visitas pascais. A avenida junto ao prédio onde moro serve de fronteira entre duas freguesias. Nos anos de normalidade, juntavam-se os compassos e o som das campainhas era a dobrar. E agora nada! Só silêncio! Não só para quem acredita nestas tradições, mas também para aqueles que não acreditam, este silêncio pascal é muito marcante e sobretudo demasiado ensurdecedor.
Um pouco todos os dias, lá vou pedalar naquela máquina que a minha sala pariu chamada bicicleta fixa. Os músculos não estão no seu melhor e longe do razoável. Por isso não aguento muito. Dez ou quinze minutos já não é mau.
A D. Manuela continua a sua luta com os novos métodos de ensino à distância. Não é moleza aguentar com tanta tecnologia a cair-lhe de rajada em cima!
O F. Miguel usa todos os meios possíveis e imaginários para fazer exercício. O melhor de todos que consigo destacar é a força de vontade. É espantosa! Esta a mim vai-me faltando.
Há outras doenças, há a economia e sobretudo há mais vida para além da Covid.
A Primavera continua a acontecer. Vemos isso dia após dia através das árvores. Umas renovando-se e outras que eram de folha caduca cobrindo-se de verde. Dos jardins floridos, dos pássaros nidificando para renovar a vida e do perfuma das flores. Esta Primavera vai continuar a gerar vida à nossa volta, porque não sabe que uma pandemia tomou conta da vida dos humanos.
Infelizmente já morreu muita gente e vai continuar a morrer, mas a maioria vai resistir à perseguição deste vírus e voltar à chamada normalidade e a fazer coisas boas e más.
Vão descobrir uma vacina para esta e outras crises pandémicas. Vão restaurar a sanidade física e mental das pessoas, vão construir coisas belas e salvar muitas vidas. Mas infelizmente, também aparecerão mais guerras, vão continuar a agredir o planeta e a libertar dos laboratórios mais vírus!
Mas não desanimem. A vida vai voltar ao que era e cada um vai percorrer o seu caminho. Seja ela de Santiago ou não.


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  Diário de Bordo - Cela nº 22-B
  Por: Mattusstyle em 10.04.2020 às 15:10

O relógio marca 15:10 no momento que comecei a escrever esta crónica. São 10 deste pachorrento mês de Abril de 2020.
Mais um dia na prisão, diga-se quarentena. Já são tantos que lhe perdi a conta!
Tenho falta de vitamina D. Estou a precisar de sol. Nesta altura do campeonato, o astro rei não nasce igual para todos! Com covid ou sem covid, estamos a enfraquecer todos os dias, por falta de isto ou daquilo, quanto mais não seja de liberdade.
O dia nasceu choroso com pena de nós. Neste momento não chove mas o chão da rua continua molhado.
As árvores estão cada vez mais verdes, de um verde fresco e vivo, contrastando com o nosso estado de espírito, cada vez mais cinzento e murcho.
Resta-nos de vez-em-quando ir à janela para sentir um cheirinho daquela liberdade que nos falta, e ver outro tipo de vida que acontece.
O que é que se vê? Contrastes cada vez mais nítidos, que até aqui nem se notavam.
Um carro a passar de longe-a-longe e o resto um silêncio ensurdecedor! A quietude à volta de onde moro, nunca foi tão notado como agora.
Também acontece vida. Do ponto de observação, a minha janela, consigo vê-la. Nas traseiras dos prédios vizinhos acontece alguma e de certa maneira diferente. Já falo dela a seguir.
A vida acelerada e o lufa-a-lufa do dia-a-dia, nunca nos deu a oportunidade de reparar nos pormenores das coisas, que sempre nos pareceram insignificantes, e que agora nos é dado reparar.
A rua na retaguarda dos prédios vizinhos continua cheia de carros estacionados, talvez parados em frente às garagens. A visão destas garagens é uma escadinha, devido à inclinação da rua. A cobertura é de chapas de zinco. Neste telhado habitam vários gatos. De quando-em-vez, alguém atira de uma das janelas, comida para aqueles gatos. Há amarelos, pretos e siameses e multiplicam-se amiudadas vezes. Quando há comida, juntam-se outros animais famintos da cidade, como pombas e algumas gaivotas.
Convivem irmãmente sem se agredirem mutuamente. Este convívio não se vê por vezes nos humanos.
Aqui e ali, veem-se pombos machos a tentar namorar as fêmeas arrastando-lhes a asa em gestos amorosos de conquista.
Apesar dos dias taciturnos dos humanos devido à pandemia, há outros seres vivos que continuam a sua vida normal com acasalamentos para perpetuar a espécie.
Já não bastavam todos estes condicionamentos, surgiu-me mais um que me está a deixar sem juízo. O dente do siso resolveu dizer presente com dores constantes. Usei toda a tecnologia digital e consegui receitas. Os medicamentos é que não cumprem o seu dever. Estava à espera de sair desta monotonia mas desta maneira não!
Melhor uns e outros pior lá vão travando as batalhas contra o maldito vírus.
Abraços digitais e solidários para todos, minha gente.


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  Diário de bordo - Cela nº 22-A
  Por: Mattusstyle em 05.04.2020 às 14:20


Mais um dia deste maldito ano de 2020.
No calendário é dia cinco do quarto mês. No relógio são 14:20.
Este Domingo nasceu chuvoso. O tempo está a fazer jus ao velho ditado. “Em Abril águas mil”.
O amanhecer deste dia penetrou pela janela através das cortinas brancas e rendadas, e a claridade entrou na habitação sem pedir licença.
Um domingo igual a tantos outros dias da semana. Como estamos fechados entre as paredes da nossa casa, os dias são cada vez mais iguais uns aos outros nesta tediante quarentena ou cinquentena, como lhe queiram chamar.
As antigas rotinas foram completamente desbaratadas. A habituação às novas rotinas vai-se fazendo pouco a pouco.
Deixo sempre a persiana subida, pois gosto de ver o dia nascer. A escuridão desorienta-me. Olho para o relógio digital na mesinha de cabeceira. São duas horas, não sei se da manhã ou da tarde. Por isso só me é útil quando estou a dormir.
Todos os dias ao acordar pela manhã, a primeira coisa que faço é olhar para o exterior e ver o estado do tempo. Hoje não foi exceção. Uma chuva miudinha mas constante recebeu o meu olhar. Caía ininterruptamente. Formava no chão à volta do prédio pequenos charcos e viam-se rodinhas desenhadas nos mesmos com os pingos da chuva que lá caíam. Conforme o dia foi avançando, começou a cair mais intensamente e com pingos mais grossos.
Gostei de ver as árvores do pequeno bosque atrás do prédio com as suas folhas renovadas e pintadas de um verde mais verde e mais bonito. Até parece que já há um século que não as via!
Um melro afasta detritos à procura de comida. É agora a sua época de nidificação. Até me esqueço que é Primavera! Independentemente da pandemia, estas e outras aves, não vão deixar de prosseguir o seu ciclo de vida!
Também consigo ver cenas lamentáveis. Há gente que não se enxerga. Deixaram sacos de lixo no chão ao lado dos contentores! Um cão preto desfaz o saco e como restos de comida do O cão tem dono, pela coleira bonita que tem ao pescoço. Se o lixo estiver contaminado, irá levar essa contaminação para casa do dono.
A minha sala num dos seus cantos, já pariu a dita bicicleta fixa. A mim e à Nelly já nos escasseiam os músculos. Ao fim de cinco minutos já estamos podres de cansados. O Fernando Miguel pedala tempo infinito até nos doer a alma só de ver!
A professora Manuela já entrou nas novas rotinas de trabalho através do ciberespaço:
Plataforma zoom, Facebook, Messager e outras. Eu intercalo com televisão, ler e escrever.
Sinto-me sujo com o maldito vírus que não vejo, mas até parece que o sinto. Vai-nos enlouquecer.
A quietude da Avenida mete dó. Um carro ou outro de longe-a-longe. Ai avenida, quem te viu e quem te vê!
Ontem aconteceu uma tentativa falhada do Fernando Miguel ir às compras. Era tanta gente que se pirou! Foi hoje cedo mesmo antes do pequeno-almoço.
Olho pela janela e vejo os ramos das árvores com folhas novas e verdinhas a dançar a valsa dos sete ventos ao som de suaves rajadas.
Nem tudo é cinzento nem taciturno. A vida continua a acontecer à nossa volta.
Falamos há pouco por videochamada com a nossa afilhada que está no Mónaco. A Carina estava descascada sem mangas. Lá está calor proporcionado por um sol radioso. Amorenava no terraço. Aqui temos um dia a chorar lágrimas de chuva com pena de nós. Esta linda! A nossa alma ficou cheia por ter falado com ela olhos nos olhos fixos no telemóvel!
A treta já vai longa e é tenho de por fim à escrita. Desculpem.
Tenham paciência minha gente. Este sacrifício um dia vai acabar. Um ótimo dia para todos e cuidem-se.


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  Diário de Bordo - Cela nº 22
  Por: Mattusstyle em 31.03.2020 às 19:33

2020 pariu mais um dia. 31 de Março. Este dia nasceu pardacento, ventoso e a prometer chuva. Conforme se ia avançando pela manhã, o sol deu algumas espreitadelas através das nuvens escuras. Não passou de uma promessa. Já a tarde ia a meio para que se chegar à conclusão que nem chuva, nem sol, nem sai de cima! Deu para entender?
O tempo passa muito devagar e não espera por ninguém. Perdi a contagem dos dias. Não sei se são vinte ou mais, desde que estamos presos na cela nº 22, o número da minha porta.
Parece que estamos a viver um filme de terror. Somos os atores das nossas próprias personagens. O outro é o Covid 19, mil vezes multiplicado por mil.
O juiz e o nosso juízo decretaram este tipo de prisão como prevenção para os crimes de contágio na imensidade desta pandemia.
A capacidade do ser humano para se adaptar a novas formas de vida é formidável.
Só falta mesmo o quase para a bicicleta fixa parir por aí. Será colocada no dito lugar inexistente na nossa casa. Lá terá de ser. Vou finalmente substituir as longas caminhadas da cozinha e resto da casa, pelas pedaladas sem sair do sítio. Espero ter resistência para que as pedaladas sejam longas e profícuas, como as caminhadas não foram. Não liguem aos contrassensos.
Pensei que a Nelly iria sucumbir às tecnologias que lhe caíram em cima. Mas não, está a sair-se muito bem. Já vai dominando bastantes percursos na Plataforma Digital Zoom. A reunião de Departamento decorreu por videoconferência e correu muito bem. A boa disposição reinou. É um brinquedo para se entreterem. Vestem-se a preceito para se apresentarem como deve ser à frente do monitor, pois não querem fazer má figura. É uma forma de entretenimento nestes dias de reclusão.
Continua a ir para a janela fumar, convencida que mata por intoxicação alguns vírus! Mas parece-me que sem sucesso.
O Fernando Miguel foi arejar dando uma corrida de cerca de dez quilómetros. Foi simplesmente só e bem acompanhado pela sua própria pessoa.
Cavalguei um pouco mais fundo nas páginas de “A Concubina Russa”. A história é interessante e já conheço melhor as personagens. Principalmente nestes dias conturbados, aconselho vivamente a sua leitura. Quanto mais se penetra nas profundezas da história, mais apetece prosseguir.
O texto já vai longo e vou parar. O dia não está a ajudar nada com a sua hesitação. Não sabe se quer chover ou fazer sol. Ficou tão cinzento como o pensamento de quase todos os habitantes das necessárias quarentenas.
Desculpem qualquer coisinha e pensem que o amanhã só pode ser melhor.
Cuidem-se e recebam um abraço solidário.


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  Hoje e Ontem!
  Por: Mattusstyle em 29.04.2020 às 15:38

Março 29 do ano da graça de 2020.
Acordei cedo. Cedo, quer dizer, dez horas! Pela hora antiga seriam nove.
Olho para o exterior já que não posso sair e vejo um dia que promete ficar bonito. Está a nascer timidamente o sol, mas a tentar explodir de luz. Abro a porta da sala e uma leve brisa abana suavemente a cortina corrida. A olhar esta cena, dou comigo a pensar: Será que o vírus vai entrar casa dentro?
O medo aos poucos vai tomando conta da nossa mente! Medo até de respirar!
Quer queiram ou não, isto é uma guerra biológica que estamos a enfrentar!
Para desviar os meus pensamentos, leio as primeiras páginas do livro “A Concubina Russa”, mas constato que relatam acontecimentos tristes, e não ajudam em nada o meu estado de espírito. Que fazer? Estou a pensar voltar às minhas recordações de África, recuando uns anos no tempo. Sendo assim, aqui vai um texto composto de memórias dos tempos vividos em Angola.
Enquanto nesta terra vivi, cheguei a assistir a algumas crises epidérmicas: Cólera, paludismo (malária), doença do sono (mosca tzé tzé) e outras, mas nenhuma como esta maldita pandemia!
Que tal falar de coisas boas daquele território?
Acham bem?
Então aqui vai:

ANGOLA E PARTICULARMENTE LUANDA
Não nasci mas cresci, estudei, trabalhei, pratiquei desporto e vivi intensamente naquela grande terra!
Há muitos anos atrás, com praticamente toda a família que era numerosa, tinha eu 10 ou 11 anos, atracamos no porto de Luanda, depois duma viagem conturbada de cerca de dez dias pelo mar. Por muitos anos por lá ficamos naquele território. Também não posso dizer que vivi naquela terra a minha meninice, porque passados dias de ter chegado, o meu pai pôs-me a trabalhar. Não tinha mais que onze ou doze anos! Tive de ser adulto antes do tempo. No entanto, vivi a minha juventude de uma forma intensa e irreverente. Também não brinquei, pois não tive tempo, mas estudei, trabalhei, farrei e gozei tudo que havia de bom. Fiz amigos e namorisquei. Quem sabe se um dia lá voltarei!
Angola fica situada na costa ocidental de África e está entre o Equador e Trópico de Capricórnio. É portanto um país tropical, banhada pelo oceano atlântico.
Tem espaços imensos e horizontes largos, tanto físicos como mentais da terra e das gentes que lá viviam e vivem.
Longos meses de calor mas muita humidade. Praias maravilhosas de norte a sul que dava para desfrutar quase o ano todo, e interior ora verdejante ora seco principalmente na savana.
Terra potencialmente muito rica em quase tudo, tanto no solo como no subsolo.
Na cidade de Luanda vivi enquanto lá estive. Era uma cidade linda e com muita vida, tanto diurna como noturna. Essa vida fervilhava a cada segundo que passava e em cada poro dos seus habitantes.
O amanhã não era relevante. O que contava era viver o presente intensamente.
Terra grande que dava para o pessoal se espreguiçar à vontade. As grandes distâncias eram já ali. Não se pensava em pequeno, só em grande. Em Luanda como em outras cidades, a cultura era elevada, tanto dos letrados como daqueles sem formação académica.
As cores eram vivas. O tempo não as desbotava.
Após eclodir as lutas de libertação, um boom económico explodiu. A qualidade de vida era uma realidade. Também havia focos de miséria. Infelizmente havia!
As mentalidades eram diferentes. Até parecia que não tínhamos nada a ver com Portugal, este pequeno e mesquinho jardim à beira mar plantado.
Tinha inúmeros sítios de interesse. Angola tem muitas maravilhas naturais.
Em outros textos irei falar de outros temas desta que foi uma maravilhosa terra!

UM POUQUINHO DE HISTÓRIA
Angola deriva de N’gola, palavra bantu. Os bantus eram povos que habitaram numa região muito próxima e um pouco para leste da atual Luanda.
A economia de Angola era predominantemente agrícola. Só a partir dos anos 70 se começou a diversificar. O café tornou-se numa das principais culturas. O “robusta” mais naturalmente e o “arábica” duma forma mais elaborada. Algumas fazendas de cana do açúcar de quilómetros e quilómetros de extensão a perder de vista. Angola chegou a ser o maior produtor mundial de milho. Também se produzia em grandes quantidades o sisal, óleo de coco, de palma e amendoim, algodão, tabaco e a borracha. A produção intensiva de batata, arroz, cacau e banana, foi uma constante e muito importante para a economia daquele território. Havia ranchos e grandes explorações de gado bovino, caprino e suíno que era preciso percorrer de jipe.
A rosa de porcelana, flor natural que em água e aspirina durava fresca cerca de seis meses, exportou-se em grande escala para todo o mundo.
Foi introduzido no deserto do Namibe o caracul, raça de carneiro, cuja pele começou a ser exportada para a Europa para confeção de vestuário de agasalho.
Os recursos minerais são incalculáveis, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamantes estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Lunda.
Foram descobertas jazidas de petróleo em mais ou menos 1966, ao longo da costa de Cabinda, e mais tarde mais para sul desta cidade até Luanda. Angola tornou-se num dos mais importantes países produtores de petróleo. Isto ajudou e de que maneira o desenvolvimento económico. No ano da independência, foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.
A música é muito ritmada e a dança acontece espontaneamente. É presença constante no dia-a-dia das pessoas e está inserida num contexto sociocultural e é uma forma de intervenção. Esses ritmos apelativos estão no sangue e na alma de cada um e manifesta-se deste tenra idade. A identidade musical de Angola destaca-se hoje em dia pelos diversos estilos: Semba, Kuduro, Kisomba e mais alguns.


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  Diário de Bordo - Clausura
  Por: Mattusstyle em 28.03.2020 às 15:00

São quinze horas. Hoje 28 de Março o dia está lindo lá fora e nós fechados cá dentro. É como tenho dito, o sol radioso está a gozar com a nossa clausura.
Abri agora o computador e estou a chegar ao edifício (Fascebook) e dentro de momentos estarei no meu gabinete (Perfil) para falar com vocês através da escrita a seguir.
Já lá vão cerca de quinze dias desde que fizemos votos de clausura, enquanto o perigo para a saúde física e mental andar lá fora, chamado Covid 19. Este gajo que põe a nu todas as nossas fragilidades! É chato mas tem de ser assim.
Aqui estou eu…
Antes de mais cumprimentos para todos os habitantes deste mundo digital. Especial saudação para aqueles que estão na linha da frente nesta guerra contra a maldita pandemia.
Agora para vocês que estão em casa, não desanimem. Compreendo que nunca como agora sentimos tanto a falta de liberdade. Força e coragem, pois esta clausura é muito mais leve que o pesado arrependimento caso fiquem doentes! Não acham?
As nossas rotinas sofreram alterações radicais. Estas rotinas são diferentes a cada dia que passa do que eram antes deste pandemónio viral.
A paranóia da professora Manuela tem tendência a agravar-se. Os novos desafios são constantes e cada vez maiores. Das comunicações por correio eletrónico à atividade de callcenter, pois o telefone não deixa de tocar, e daí às plataformas digitais. Vai agendar reuniões por videoconferência. De quando-em-vez vai para a varanda fumar. Abre todas as janelas de correr e expele o fumo para fora, na esperança de intoxicar o vírus. Não há resultados visíveis, como invisível é esse microscópio inimigo. Continua a martelar o computador e trabalha mais que se estivesse na escola! O trabalho de callcenter tem sido intenso. Passa o dia colada aos computadores, o fixo e o portátil. Não falta muito para dar em doida com tanta tecnologia a cair-lhe em cima!
Para mim já não chegam as longas caminhadas dos quartos para a sala e desta para a cozinha. Intercalo as minhas tarefas com alguma leitura. Faço pequenos passeios nas páginas de “Manhattan Transfer” de John dos Passos. É um bom livro e estou a tentar desfrutar.
A nossa clausura continua e o Fernando Miguel também continua a ser o nosso elo de ligação ao exterior. Não sabe o que que fazer à vida. Não há material para montar um ginásio em casa. Mandou vir uma daquelas bicicletas fixas que vai ocupar o espaço inexistente na nossa casa, já de si atulhada! Vai-se arranjando como pode. Exercícios vários no tapete, não é rolante! Tem dois pesos, a única coisa relacionada com o assunto. Eu não os consigo tirar do chão. São exercícios demasiado pesados para a minha condição.
Todos mais que nunca temos de nos resguardar ficando em casa, pois a situação pandémica está em fase de mitigação, quer dizer que está fora de controlo. Mais tarde ou mais cedo o SNS vai colapsar e nessa altura vão ter de escolher quem vive e quem morre! Este serviço nunca foi bom mas agora está podre! Os nossos governantes andaram a brincar aos défices orçamentais para agradar a Bruxelas e esqueceram-se da saúde, da educação, da segurança e de muitos outros. Quase que podia apostar que o Centeno que só vê números, deve estar a esfregar as mãos de contente porque vai poupar milhões em reformas dos nossos reformados que estão a morrer a ritmo acelerado, assim como nos cuidados de saúde que iriam precisar. É trágico mas infelizmente deve ser o que se passa!


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  Diário de Bordo - Reclusão Voluntária
  Por: Mattusstyle em 24.03.2020 às 18:32

Cá estamos nós confinados à nossa casa há uma semana mais ou menos. Em prisão domiciliária. Só não estamos a ser monitorizados pela pulseira eletrónica. Mas nesta altura do campeonato não faz diferença alguma.
Os hábitos a novas rotinas estão a ser assimilados.
Antes acordava pela manhã com o dia timidamente a nascer. Tomava um frugal café da manhã e com a minha cara-metade, seguia para a esplanada na Avenida de Londres onde me era servido um cafezinho da ordem, um cimbalino cremoso e bem tirado. Agora não é muito diferente. Só mudaram os cenários! Acordo quando o dia já vai alto com sol chuva ou nevoeiro. Visto-me para me apresentar como deve ser na cozinha para tomar o pequeno-almoço e o café feito na maquineta, sempre acompanhado pela mesma pessoa de sempre. A minha mulher.
Durante o dia vamos ao café (cozinha) mais que uma vez tomar descafeinados para não cortar totalmente com algumas rotinas.
Depois de pôr algumas coisas em ordem, planto-me em frente ao computador matraqueando as teclas. Faço a visita habitual ao Fascebook, instalo-me no meu gabinete a que chamo perfil e viajo um pouco nesse mundo digital. Dou espreitadelas às casas virtuais de muitas amigas, amigos e seguidores. Vida excitante não acham? O que posso fazer mais?
Como é que um inimigo microscópio pode condicionar tanto a vida de cada um!
O meu carro está parado há imenso tempo. Está de certeza a ficar emperrado. Desconfia que vai ter de fazer mecanicofisioterapia. Os carros também têm vida!
A rua? Só da janela! Como o Fernando Miguel é o único que sai porque tem de ir trabalhar, é apenas ele que mantem o contato com o exterior. Quando precisamos de alguma coisa, contamos com a sua disponibilidade que é boa e total. Anda mais preocupado connosco que com ele próprio. Acha que tem robustez física para aguentar o embate. Para ele nós somos o elo mais fraco, pessoas de risco. Pela idade e fragilidades físicas. Graças a Deus que o filho se preocupa com os pais!
Lavamos e desinfetamos muitas vezes as mãos. Já desconfiamos de nós próprios. Para onde é que isto vai?
Fazemos algumas caminhadas. Dos quartos para a sala e desta para a cozinha e verse-virsa.
As televisões pouco mais dizem que atualizar os números da pandemia. Só falam de infetados e mortos! É deprimente. Que seca!
A Dona Manuela como já tem mais tempo, até aprendeu coisas novas no computador!
Já li mais nestes dias do que em meia vida!
Hoje 24 de Março o dia está bonito, mas não o podemos desfrutar. O sol lá fora parece que está a gozar com a nossa cara.
Temos de compreender, o tempo não sabe que a pandemia invadiu as nossas vidas.
A Primavera não sabe. Vai florir na mesma. Vai espalhar o seu perfuma. As abelhas não são infetadas. Vão continuar a colher o pólen e a fabricar o mel, mel este que irá atenuar o nosso mal.
O Verão também não sabe e vai comparecer nas mesmas datas e o vírus não vai interromper o seu curso normal. E nós não vamos de férias. Os frutos também não sabem e vão surgir nas datas certas.
Toda a natureza seguirá o seu caminho. Só o homem, o tão poderoso é que não pode!
Ironias do destino!


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  O Racismo e a Pandemia Covid 19
  Por: Mattusstyle em 02.02.2019 às 13:51

Não façam como aquele que gritou “aqui-del-rei quem me acode, assaltaram o meu perfil à mão armada”. Isto só para apregoar aos sete ventos que é contra o racismo! Este mesmo que acha que todos os portugueses são racistas, esquecendo-se que também está incluído. Todos são todos!
Valha-nos a padroeira das alforrecas, mas não é bem assim! Pois este fulano deve gostar do exagero! Que podemos fazer?
O convívio e o respeito com outras pessoas cuja pele pode ser diferente da nossa, deve ser natural, senão soa a falso. Os que mais falam neste fenómeno são os mais racistas.
Estou a referir-me a todos: Brancos, pretos, amarelos, vermelhos ou ciganos. Deixem as relações entre raças seguir naturalmente o seu caminho.
Na generalidade o povo português não é racista. Acredito que existam pequenas franjas que o sejam!
Falam demais sobre este assunto e há quem se esteja a aproveitar da situação para se armarem em coitadinhos e outros para se vangloriarem que são superiores, e ainda alguns para se governarem financeiramente. Há boas e más pessoas em todas as raças! Não me apetece dar mesmo nada para este peditório. Fiz-me entender?
Há muita gentinha com responsabilidades na governação, na informação e em muitos outros setores, que por ignorância ou conveniência, não se aperceberam que as muitas desigualdades e injustiças não tem nada a ver com racismo mas sim com descriminação social!
Esta pandemia veio dizer-nos que não há raças, credos, religiões ou tendências políticas. Não poupa ricos montados no dinheiro, pobres desgraçados, remediados, rotos ou esfarrapados. Veio dizer-nos que não escolhe. Que somos todos iguais.
A vida por vezes dá-nos lições como esta. Abram a pestana e estejam atentos aos sinais.
Coragem para todos, isto vai melhorar.


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